Aqui começa nossa História

O dia acabara de começar e muitos alunos ainda estavam na cama, tentando arranjar forças para sair de suas camas quando uma trombeta mágica ressoou por todos os cômodos do castelo, seguida de um aviso: “TODOS OS MEMBROS DO CORPO DOSCENTE E DISCENTE DA ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE HOGWARTS DEVEM COMPARECER AO SALÃO PRINCIPAL IMEDIATAMENTE.”

Jamais tal artifício havia sido usado na escola, nem em épocas de maior crise, mas desta vez uma seriedade foi empregada ao aviso que nem mesmo os mais ousados pensavam em simplesmente o ignorar.

Não obstante, visando ter todos presentes, mesmo os alunos novos que ainda estavam debilitados por qualquer motivo, membros identificados com o símbolo do Ministério da Magia compareciam em cada sala, cada quarto, acordando pessoas e as guiando para o salão como era necessário.

O salão fora arrumado e no momento não havia mesas de casas, mas sim cadeiras sem identificação ou nome, cadeiras que aguardavam que os alunos e professores tomassem seus lugares como iguais perante os olhos do Ministério.

O Chefe dos Aurores, Matthew Liverly estava parado na plataforma mais elevada onde geralmente os professores se acomodavam. A larga mesa havia sido removida, tendo sido colocada no lugar uma mesa de menor extensão, com quatro cadeiras, todas ocupadas por bruxos identificados com a insígnia do governo.

Assim que o último membro do castelo adentrou o salão, a porta de acesso se trancou e o Sr. Liverly parou olhando para todos os presentes .

- Bom dia a todos. Sou Matthew LIverly, chefe dos Aurores do Ministério da Magia, condecorado com a Primeira Ordem de Merlin por bravura e, agora, desde a manhã do dia 1º de Novembro de 2098, Diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. – ele levantou a mão para que o burburinho parasse – Como devem saber, enfrentamos uma guerra contra os trouxas iniciada pelo ataque contra o Expresso de Hogwarts no início de setembro. Desde então, o Ministério tem tomado medidas para enfrentar e controlar os trouxas, evitando o máximo de baixas de civis.

Ele virou-se para a mesa e pegou um pergaminho contendo o selo Ministerial e respirou fundo – Visando dar adimplemento ao Ato Ministerial de no 256/98 expedido pelo Excelentíssimo Sr. Ministro da Magia Maximus Draco Mitchel II, vamos convocar cada um de vocês à sala anexa a este salão um a um, exceto no caso de irmãos, em que chamaremos a família, e lá tomarão uma decisão que influenciará a vida de vocês na comunidade bruxa. Chamarei por ordem alfabética e assim que forem chamados pelo sobrenome, no caso os detentores daquele sobrenome, solicito que adentrem a sala. Obrigado.

Ele se virou e entrou na sala fazendo um sinal para que os demais membros do Ministério que detinham listas começassem a chamar os presentes naquela sala, um a um.

Assim que seu nome de família é chamado, você é conduzido até uma sala bem iluminada, em que há três pessoas mascaradas e o chefe dos aurores está sentado atrás de uma grande mesa de mogno. Ele tem alguns papeis diante de si, dados por uma moça que parece excessivamente séria. Ele indica que se sente em uma cadeira diante dele e olha para você e então diz – Bom dia. Lerei o ato que lhe entrego uma cópia agora para seu conhecimento e posterior compreendimento.

ATO MINISTERIAL 256/2098

“Da Restrição aos Nascidos Trouxas”


Aos 05 dias do mês de setembro do ano de 2098, o Senhor Ministro da Magia Britânico, Maximus Draco Mitchell, pelo poder que lhe foi outorgado por meio da escolha dos membros da Cadeira dos Grandes Bruxos Britânicos, propôs o ato abaixo considerando que:

- em razão de um ataque cometido deliberadamente pelo povo nascido desprovido de magia contra membros da comunidade bruxa sem qualquer fundamento;

- da declaração oficial e legitima de conflito em face do povo nascido desprovido de magia em razão das ofensivas por estes iniciadas;

Foi proferido o presente Ato Ministerial, visando o controle e prevenção de agentes infiltrados na Comunidade Bruxa e que poderiam ser um risco á sociedade como atualmente a conhecemos.

Artigo 1º. Pelo prazo de 15 dias a partir da promulgação do presente ato, serão todos os nascidos trouxas da comunidade bruxa Londrina convidados a comparecer ao Ministério da Magia manifestando sua escolha acerca de qual mundo adotaram para participar e defender de maneira definitiva.
§1º. Caso optem por retornar ao mundo trouxa, todas as memórias concernentes ao mundo bruxo em geral e conhecimentos depreendidos durante a convivência com o mundo bruxo serão apagadas de suas mentes, bem como sua varinha e quaisquer outros itens mágicos de sua propriedade serão confiscados pelo Ministério da Magia.
§2º Caso optem por permanecer no mundo bruxo, a memória de todos aqueles que possuíam ciência de sua existência serão modificadas para que não conste qualquer vestígio de conhecimento do mundo bruxo ou daquele familiar que nasceu dotado de magia.

Artigo 2º. Uma vez que a escolha tenha sido realizada, caso haja a opção pelo convívio na Comunidade Bruxa, independentemente da idade, aquele membro não será mais conhecido pela alcunha de bruxo, mas sim como “impuris”.

Artigo 3º. Todos os impuris terão a possibilidade de comprovar por meio de documentos e testemunho de que possuem um antepassado mágico até a 5º geração.
§ 1º. Uma vez comprovado o parentesco, o status de bruxo será reassumido.

Artigo 4º. A fim de controlar o uso de magia pelos impuris, serão adotados artefatos de restrição, rastreamento e controle a serem usadas por todos os membros da comunidade impuris, a fim de que seus serviços ao mundo dos bruxos seja prestado de maneira eficiente e pacifica, sem risco de que haja qualquer levante contra o atual governo.
§1º. Os artefatos de restrição serão fabricados em prata, no formato de gargantilhas e conterão número de identificação que será atrelado ao individuo, facilitando sua identificação perante o Ministério.
§ 2º. Os artefatos serão dotados de três gemas mágicas, sendo uma delas para repreensão, uma para paralisação e a terceira para rastreamento de cada ser.
§ 3º. É expressamente proibida a remoção dos artefatos de restrição e controle, sendo que tal violação será punida com a restrição da liberdade do impuris, o que será executado junto da Instituição Carcerária de Azkaban.

Artigo 5º. Os impuris passaram a integrar uma nova camada da sociedade bruxa, devendo prestar serviços de qualquer ordem aos bruxos de puro sangue e mestiços, não podendo opor-se ás ordens por estes comandadas, sob pena de serem punidos nos termos designados pelo bruxo ofendido pela insubordinação, sendo vetada apenas a pena de morte.

§1º Um impuris não pode ferir um ser bruxo ou, por omissão, permitir que um bruxo sofra algum mal.

§ 2º. Um impuris deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por bruxos ou mestiços, exceto nos casos em que tais ordens contrariem o parágrafo anterior.

§ 3º. Um impuris deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com os parágrafos acima.

Artigo 6º. Poderá, contudo, ser aplicada a pena de morte contra o impuris, caso este atente contra a vida de um bruxo de sangue puro.
§ 1º. A execução do impuris será realizada por meio da Maldição Imperdoável, que será aplicada por membro designado pelo Ministério, na presença do bruxo cuja integridade foi ofendida.
§ 2º. O Perdão poderá ser aplicado a tais casos, podendo o bruxo ofendido pleitear que seja poupada a vida do ofensor. A partir de tal momento, o impuris terá uma divida de sangue com o bruxo a quem ofendeu, devendo servir-lhe de todas as formas que este desejar até o término de sua vida ou da do bruxo a quem a ofensa foi dirigida.

Artigo 7º. O presente ato fará lei entre a comunidade bruxa britânica desde o momento de sua lavratura.

Londres, Inglaterra, 05 de outubro de 2098

Maximus Draco Mitchel II
Ministro da Magia Britânico




- Sua família foi averiguada e seu sangue é puro, não sendo aplicável o ato em seu caso. Não obstante, devo salientar-lhe que ainda que os chamados impuris estejam submissos à vontade dos nascidos do sangue mágico, qualquer abuso excessivo será reportado ao Ministério e as medidas cabíveis serão tomadas no caso. A coleira a ser colocada nos impuris reconhecerá o sangue daquele que der o comando e caso haja alguma desobediência por você detectada, deve informar para que a repreensão adequada seja providenciada. – ele olha para você com olhos frios e lhe entrega a cópia do Ato Ministerial – Pode se retirar para seus aposentos.



- Apenas uma parte de sua família foi confirmada como sendo de sangue puro. Não obstante não seja considerado um impuris, não tem o direito de ordenar qualquer comando a estes ou exigir qualquer comportamento destes. Será livre para fazer o que entender sem servir aos membros de sangue puro da comunidade, mas será mantido em observação a fim de verificar se o sangue corrompido dos trouxas não afetou vosso discernimento. – ele estende o pergaminho que segurava, entregando sua cópia para conhecimento. – Marque-o. – ele diz de maneira fria.

Os três homens se aproximam e com a varinha e um feitiço não pronunciado, paralisam seu corpo completamente e um deles ergue a varinha e sua pele arde na altura do pescoço. O cheiro de queimado invade suas narinas, causando um leve enjoo que em verdade e mais incentivado pela dor que lateja em seu pescoço.

O feitiço que o mantinha preso é liberado e finalmente seu corpo reage à dor que sentiu e ao colocar a mão no pescoço no local que doía, sente uma depressão em sua pele no formato de um “M”. – Por favor se retire.


- Sua família não pode ser localizada por nenhuma das vertentes dentre aquelas da comunidade bruxa. De agora em diante é considerado um impuris, ou seja, um humano que nasceu dotado de magia, mas que a origem não pode ser localizada. Desta forma, é considerado uma aberração com instabilidade que deve ser controlada. – antes que se dê conta, um dos homens mascarado estende sua varinha e com um feitiço não pronunciado, seu corpo todo é paralisado.

- Tem duas opções. Poderá permanecer na comunidade bruxa e submeter-se às regras que se impõe, jurando obediência e lealdade àqueles que detém a pureza do sangue. Caso opte por não aceitar as novas regras da comunidade bruxa, sua varinha será retirada e sua memória assim como a daqueles ligados a você será alterada de forma que não se lembre da comunidade bruxa ou do que aprendeu nesta. Será imediatamente levado à casa de sua família no mundo trouxa e a memória destes será igualmente alterada para que não se lembrem de qualquer detalhe sobre este mundo. Qual sua escolha?

a) Eu me submeto às regras do Ministério.

O chefe dos aurores faz um sinal com a cabeça e um dos homens levanta a varinha e uma dor indescritível toma um ponto de seu pescoço e um cheiro de carne queimada invade suas narinas, mas não é nada se comparado à dor que sentia. Quando ele finalmente abaixa a varinha, não obstante a dor imediata cesse, o pescoço ainda lateja e o feitiço que o imobilizava é mantido.

Um dos homens se aproxima e veda os seus olhos e um som agudo invade seus ouvidos, causando dor em seus ouvidos e cabeça. É possível sentir que ele continua próximo, colocando algo em seu pescoço que parecia pesado. Finalmente ele se afasta e quando retira a venda e os encantamentos que lhe privaram da audição e dos movimentos, sente um objeto preso em seu pescoço – De agora em diante sempre usará esta coleira, que não apenas o identificará como garantirá que não tente fazer qualquer mau contra um membro da comunidade. Deverá seguir as seguintes regras de agora em diante: (i)um impuris não pode ferir um ser bruxo ou, por omissão, permitir que um bruxo sofra algum mal; (ii)um impuris deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por bruxos, exceto nos casos em que tais ordens contrariem o parágrafo anterior, (iii) um impuris deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com os parágrafos acima. Tais regras estão no artigo 5º do Ato Ministerial que lhe entrego agora.

- Devo salientar que para o bem da comunidade mágica, a memória de sua família será alterada e eles não se lembraram de você ou de qualquer fato relacionado ao mundo bruxo. De agora em diante, não poderá se comunicar com seus genitores ou qualquer um que pertenceu ao seu passado. Caso possua alguma dúvida, peço que encaminhe suas perguntas para a sala da diretoria e lhe responderei o quanto antes. Por gentileza, se retire. – ele sequer levanta os olhos quando entrega o pergaminho contendo o Ato Ministerial, aguardando que se retire da sala por uma porta que levava para o corredor que dava acesso ao rol de entrada.

Ao sair, pode ver uma coleira prateada presa em seu pescoço, contendo 3 gemas nela, uma amarela, uma azul e uma branca e na área ainda dolorida, pode sentir a marca da letra “I”em sua pele.

b) Não aceito os termos.

Um feitiço imobiliza seu corpo e um dos homens se aproxima de você, revistando suas roupas até encontrar sua varinha. Ele retira sua varinha de você e entrega a um outro homem que a coloca em uma caixa de madeira. – Podem levá-lo.

Você é levado para uma outra sala e por meio da “rede de flu” é levado para sua casa, onde seus pais estavam com um membro do Ministério. Os dois bruxos fazem um movimento com a varinha e tudo vira escuridão. No momento seguinte, sua família está sentada no sofá, assistindo uma série na televisão, como em todas as noites costumavam fazer.

Nada sobrou em sua mente sobre o mundo ao qual uma vez pertenceu. Em verdade, uma nova realidade fazia parte de suas memórias e tudo o que conseguia se lembrar é de uma vida pacata, sem nada de anormal ou esplendido.